Tenho medo da gravidez, medo da dor do parto, medo de simplesmente não conseguir tomar conta de um bebê, medo de não voltar mais ao corpo anterior a gestação...são várias razões que me levam a esse pensamento.
Da primeira vez que disse isso à minha mãe ela quase teve um ataque cardíaco, uma sincope e um principio de AVC. Não tem cabimento, não te entendo "nem diga isso em voz alta, menina!". Se já me sentia mal por assim pensar, então agora, me sinto como um monstro atentando a feminilidade e os úteros férteis que por aí andam.
E quando ela me perguntou "então e porquê esse medo?" A resposta foi simples: tenho medo de não ser capaz.
Quão fútil serei eu por dizer que tenho medo de ter um grande barrigão, as pernas inchadas, e gerar dentro de mim uma vida? Serei a única que assim pensa? Se o meu bebê viesse numa cestinha de Paris eu estaria perfeitamente feliz! Tenho medo do parto, de não ser capaz, de me tornar mais um relato de um parto terrível, doloroso, cheio de efeitos secundários. Medo de me tornar uma mãe que não sabe educar seu próprio filho.Tenho medo sim, porque, por mais que todas as mães desse mundo me digam o quão é maravilhoso, eu ainda vou saber que nem tudo são flores.
Eu tenho medo, mas isso não significa que não tenho vontade. Minha vontade é grande, de ter meu filho, meu bem mais precioso.
Eu sei que um dia esse medo vai se tornar algo superável, um passado da minha história. Eu quero que ele se torne isso. Mas enquanto ele for maior, eu tenho minhas duvidas.
Tenho medo de ser mãe pela primeira vez. Mesmo sabendo que tudo vai correr bem. Mesmo sabendo que me ajuda ter uma consciência que às vezes se confunde com outros sentimentos nada reais. Não me atormenta a ideia de ter filhos, não me angustia, só me dá sentimentos bons. O meu medo é o medo fútil que facilmente é ultrapassado pela prática e pelo tempo. Da logística, dos tempos, do espaço, do dinheiro, da roupa. E depois de tudo aquilo que é inevitável. A atenção. Que de tudo aquilo que tenho, que temos, é onde mais me quero centrar, sabendo da matemática, da lógica, da estatística e de todas as ciências que me dizem que vai ser mais difícil, vai ser mais a correr, vai ser mais caótico mas vai ser imensamente melhor. Eu acho que eu não estou pronta para criar outro ser humano, mas se acontecer, ele vai ser bem vindo sim, e é como uma grande amiga (que se tornou mãe a um tempo atrás) me ensinou, quando nasce um bebê, nasce uma mãe (← blog dela aqui, curtam ❤ )
Thaís Vasconcelos
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