Não quero mais apenas virar a página, decidi que quero um novo livro.

Não quero mais apenas virar a página, isso já é pouco pra mim. Decidi que quero um novo livro. Porque a vida é curta demais pra eu continuar a ler um livro que não me tira do chão, que não me faz melhor, que não tira de mim as melhores coisas. Quero reinvenção, quero escrever outra vez e republicar.
Não digo que os velhos livros já são sem valor, muito pelo contrário, suas paginas amareladas valem tanto quanto sua capa surrada. Meus livros passados são exemplos para como vou escrever um novo, onde vou copiar e colar, onde vou apagar as linhas e reescreve-las. Cada livro que escrevi na minha vida, está guardado e faz parte do meu passado. Porque esses livros que lhe digo na verdade, não existem, eles são apenas nossa história, guardados na alma, nossas lembranças.
Mas sabe, as vezes é preciso desapegar daquele passado, das velhas páginas que foram escritas com tanto entusiasmo e não foram de sucesso, são velhos caminhos que já não nos levam a lugar nenhum. E não é fácil desapegar disso, deixar partir. É preciso ter coragem para viver algo novo, mesmo sabendo que pode errar as linhas escritas.
É hora de deixar de apenas virar a página e perceber que muitas vezes é necessário rasgá-la, é hora de ensaiar o sorriso mais bonito, recompor o coração e ensiná-lo a bater novamente.
É preciso recomeçar um outro livro, as vezes mantemos os personagens, em outras, apagamos tudo que se foi. Mágoas, rancores decepções para deixarmos de lado, tudo simples, nada fácil, só quem cai e se machuca sabe o tamanho do seu ferimento, o tempo que demorará para curá-lo e o quanto dói.
Desaprender para aprender. Deletar para escrever encima. Houve um tempo em que eu acreditava que para uma nova história acontecer eu teria que nascer de novo, mas com o tempo aprendemos que podemos reescrever varias histórias numa mesma vida, basta desapegar do medo de mudar.
E se houver arrependimento? Bom, esse é o preço que as pessoas intensas enfrentam. Se arrepender, seguiremos enfrente, sem medo do vazio das páginas em branco, aceitando as consequências e seguindo, dia após dia.

Thaís Vasconcelos.

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